segunda-feira, julho 26, 2010

Voltamos!

Olá! Bem, antes de retomar oficialmente com os textos e colaborações no blog do grupo, decidimos fazer este post, para além de contar as novidades, de certa maneira nos justificar pela ausência. Muita coisa aconteceu nesse período, ou melhor, não aconteceu... Muitas vezes não basta apenas ter um sonho e sim comprometimento e iniciativa. Ok, mudanças aconteceram por falta dessa iniciativa e o que era um grupo se reduziu a três pessoas. A entrada e saída de pessoas não fez o grupo se fortalecer, pois como eu disse, não houve iniciativa. Por mais que eu use qualquer outro sinônimo para não repetir, ela martela cada vez que eu lembro das coisas que acontecem...As coisas são difíceis no mundo literário, no mundo acadêmico e principalmente no mundo real. Em resumo, o Grupo Gauche de Literatura ainda existe? Existe! mesmo levando ao pé da letra seu nome (gauche - esquerdo/torto), mesmo que devagar, quase parando... em fogo brando! Nossos meios de divulgação nos fazem não querer desistir... é poder vir aqui, e ver tudo o que já foi feito, ler e reler os comentários e isso nos dá força, pra independentemente de qualquer coisa, seguir! Se o próprio Drummond diz que: "lutar com palavras é uma luta vã" e que mesmo assim "lutamos mal rompe a manhã", quem somos nós para desistir se "no meio do caminho tem uma pedra"? Sempre haverá uma pedra, uma pedra no meio do caminho... basta olhar com olhos literários... olhos de quem tem amor pelo mundo que descobriu através da leitura, da literatura!
O fanzine, nosso fanzine ou jornal como dizem alguns, vai continuar toda vez que conseguirmos patrocínio para isso. Em um momento, tempo atrás, com alguém que viu o quanto isso era importante para seu grupo de alunos, esse alguém deu a cara por nós, e dinheiro não seria mais o problema, não por um determinado tempo, e outra vez a falta de iniciativa não permitiu que se fosse adiante.É muito difícil conseguir um espaço e manter esse espaço exige ainda mais, para alguém que só escreve, organiza textos é difícil encarar o mundo real e sair pedindo dinheiro para publicação. Agora, imagine fazer tudo isso sozinha? Eu assisti uma palestra do escritor paranaense, Cristovão Tezza, ano passado, aqui em minha cidade, Foz do Iguaçu, na qual ele dizia que se você quer fazer algo pela literatura, faça sem esperar nada em troca, sem contar com ninguém, faça por você mesmo. Nem preciso dizer o quanto eu me identifiquei.Eu nunca esperei nenhuma espécie de fama ou notoriedade por estar a frente do Gauche, e digo isso de coração. Quando montamos o grupo, pensamos realmente em trocar ideias, pois os que ali estavam, se sentiam perdidos com seus textos e sem nenhuma opinião ou algo que pudesse acrescentar algo. Logo, resolvemos nos apresentar em forma de sarau, para mostrar nosso trabalho para nossos colegas de curso, que poderiam se entusiasmar e ver que escrever é bacana e ver que a existência de grupos de repente poderia fortalecer mais a instituição, e claro a literatura. Muitos me perguntam se alguma vez eu me arrependi... claro que eu me arrependo de muitas coisas que aconteceram e também pelas que não aconteceram no grupo, mas parei, analisei e vi o quanto fomos longe, o quão longe nos levou este sonho, essa gana de fazer algo... Erramos, sim, somos humanos, oras! É muito fácil sentar e somente apontar os defeitos, encher a boca pra contar cada crase mal usada ou cada vírgula fora do lugar. Ou como deveríamos ter agido em tal momento, com tais pessoas. Não tínhamos e nem temos um manual, de "como se comportar, o que falar e o que fazer, estando em um grupo literário". Eu tampouco tinha um manual de instruções de "como gerir um grupo, sem que este tenha alguma critica". Mas também me perguntam se o Gauche valeu a pena... O Gauche valeu e vale a pena, porque aquele alguém quis dar a cara por nós, porque outros ajudaram sem pedir nada em troca, (mesmo com alguns que queriam), o Gauche valeu porque acreditaram que éramos e somos capazes, pois o Gauche não mostrava e não mostra somente trabalhos dos membros, nem tampouco divulga somente coisas do grupo, o Gauche trata de apresentar a um colombiano, argentino, paraguaio alguém chamado Carlos Drummond ou Machado de Assis. O Gauche também mostra para um paranaense, a literatura de cordel, mostra para um brasileiro o que representou um Julio Cortázar ou quem é Carmen Posadas... O Gauche sempre quis agregar conhecimento, dividir o que aprendeu, mostrar, apontar, dizer: olha! tem uma entrevista com o Salvador Dalí, que dá pra saber a voz do "cara", saber o que ele teve pra dizer... além do que já fez com sua arte. O Gauche sempre vai ser isso... construir pontes, como dizia Benedetti "construir com palavras uma ponte indestrutível".
E no mais agradeço aos que passaram pelo grupo e aportaram de certa forma, em algum momento, quando ainda acreditavam nas coisas que eu expus neste texto.
Sem mais, espero que vocês entendam este desabafo e gostem do que temos preparado por aqui... como as entrevistas que peneiramos no mundo virtual, de grandes nomes da literatura nacional e estrangeira, alguns documentários e reportagens relevantes ao contexto do blog, além de dicas de filmes que saíram dos livros e ganharam cores e falas através da sétima arte!
Esperamos que gostem!

Carmen Barudi

"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que fez tua rosa tão importante" O Pequeno Príncipe- Antoine de Saint Exupery.



legendas das fotos:1 e 2) Exposição de trabalhos de outros grupos literários da cidade de Foz do Iguaçu, que expomos no aniversário do Gauche... leia mais aqui e aqui!
fotos 3, 4 e 5: Por onde foi o nosso fanzine Quixote... Chiclayo no Peru, onde ganhamos dois colaboradores "internacionais", os amigos Isaias Bravo e Ronald; Universidade Estadual de Ponta Grossa com alguns de seus acadêmicos e professores da área de Letras; e essa turminha lá de Ushuaia, Terra do Fogo, Argentina! Onde também ganhamos uma colaboradora... a Laura Lencina, cujos poemas sempre estão por aqui!

terça-feira, agosto 18, 2009

Consulta ao psicólogo


Por Thiago Benitez



- Pode falar...

- Ai, doutor! Não sei nem por onde começar. Minha mulher me abandonou, meu filho foi embora com ela. Deram veneno ao meu cachorro e roubaram meu gato!

- Continue!

- Antes eu escutava Beethoven e meu sonho era cantar. Hoje, quando eu o escuto, quero me suicidar. Não sei por quê! É uma angústia frenética que pondera no meu sistema fisiológico.

- Continue!

- Essa angústia invade meu corpo: começa no encéfalo, vai descendo pela faringe, visita o coração e quando penso que vou morrer, essa dor maligna continua descendo. Passa pelo estômago e a sinto descendo pelo meu fêmur e pelo meu orifício circular localizado na região inferior do meu glúteo. No final do dia a sinto em meus pés.

- Continue!

- Gostaria de voltar a sentir a pele de minha mulher sobre a minha. Gotas de suor se mesclando como pingos de chuva e ondas do mar. Minhas mãos firmes nas dela, o cheiro natural do seu corpo invadindo meu nariz sem pedir licença.

- Continue!

- Acho que devo esquecê-la doutor! Assim como esqueci meu peixe no forno.

- Continue!

- O que custará doutor? Nada! Então acho que vou seguir a minha vida, voltar a me lembrar que nada é bom o suficiente para merecer nosso pranto permanentemente. Se ela me deixou... Azar o dela. Filhos, eu faço outros! Cachorro, eu compro! Gato, também!

- Continue!

- Nossa, doutor! Estou me sentindo bem melhor! O senhor é bom mesmo!

- Obrigado! Continue!

- Nem preciso mais. Já estou melhor. O senhor é excelente!

- Grato em ajudá-lo. Bem na hora! Seu horário terminou! Pode pagar na recepção. Obrigado e até mais.

- Até a próxima!

(Este texto foi publicado pelo Thiago, na sétima edição do "Quixote", Fanzine do Grupo Gauche de Literatura.)

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sexta-feira, julho 03, 2009

Uma grande festa para a Literatura!

Começou no último dia primeiro a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty.

O grande homenageado deste ano é o escritor pernambucano Manuel Bandeira.

Entre os grandes nomes internacionais estão Gay Talese, Catherine Millet. Pelo lado brasileiro, um dos mais esperados é o cantor e escritor Chico Buarque de Holanda, que daqui a pouco as 19hs (vocês podem acompanhar ao vivo) começa a mesa que reúne também o escritor amazonense Miltom Haltoum. Dizem que os ingressos terminaram em meia hora e que não se fala em outra coisa em Paraty!

A parte boa é que mesmo não estando lá, os amantes da literatura podem acompanhar as palestras e tudo o que rola por lá, através do próprio site do Evento. E o site está mesmo muito bom, nele podemos encontrar podcasts, o blog com as noticias e fotos do evento e vídeos.

Excelente iniciativa essa de deixar ao vivo e de graça que as pessoas (pelo menos as que têm internet) tenham acesso a cultura e a literatura.

Acabei de assistir ao escritor Cristovão Tezza, junto com o mexicano Mario Bellatin. Tezza, inclusive veio a Foz do Iguaçu, no Salão Internacional do Livro e sua palestra foi genial.

Para amanhã, recomendamos a palestra de Antonio Lobo Antunes, considerado desafeto do compatriota José Saramago, a partir das 19hs.

Lembrando que a FLIP vai até dia 05/07!

SITE: http://www.flip.org.br/index.php

terça-feira, maio 12, 2009

Heróis do Cinema e da Literatura


     Por Thiago Benitez 

     Definitivamente os super-heróis das histórias em quadrinhos escolheram o ano de 2008 para invadir os cinemas. O homem morcego voltou arrepiando no filme Batman - O Cavaleiro das Trevas, um dos maiores recordes de bilheteria. Tony Stark surpreendeu interpretando O Homem de Ferro com sua sensacional armadura. Como em todos os outros filmes do super-herói verde, O Incrível Hulk foi um fracasso mundial, ao contrário de Hellboy II, que faturou 100 milhões de dólares. Hancock e Jumper foram outros dois filmes bem redondos que não deixaram a desejar devido aos sensacionais efeitos especiais. Esses super-heróis vieram e deixaram suas marcas na história dos quadrinhos e do cinema; muitos outros virão e também farão o mesmo.

     Na literatura acontece algo semelhante: alguns heróis surgem, fazem sucesso e depois desaparecem. No entanto, outros permanecem estáveis por muitos anos, como os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas e Dom Quixote de Cervantes, que se eternizou pela incomparável bravura. Isso para não falar dos heróis de Shakespeare, Virgílio, Homero, entre outros. Mário de Andrade também contribuiu, construindo seu herói sem nenhum caráter: Macunaíma. Quantos heróis a literatura não construiu e quantos outros não virão?

     Atualmente, prestigiamos uma ideologia diferente de herói. Se antes eram Hércules, Aquiles e Ulisses, hoje são Shrek (um anti-herói como Macunaíma), Homem-aranha, Super-homem e infinitos salvadores (ou destruidores) do planeta. Dizer que isso é ruim seria uma incoerência, já que a definição de super-heróis de antigamente não se diferencia muito da de hoje: “Matar o bandido e salvar a mocinha”. Assim como Ulisses um dia quis salvar Helena dos Troianos (por mais que esta não tenha sido sequestrada, mas sim fugido com os gregos por livre e espontânea vontade), Peter Parker e Clark Kent também buscam salvar suas amadas.

     Segundo Umberto Eco, “enquanto um livro requer uma leitura cúmplice e responsável, uma colaboração interpretativa, o filme ou a televisão mostram-nos as coisas prontas”. No entanto, quem não tem a capacidade de ver um filme e transportá-lo para o mundo real, não consegue ver nada de interessante nas telas dos cinemas. Às vezes, existem “vazios” no filme, que o espectador precisa preencher caso queira dar sentido à história. Criatividade é necessária onde e quando for tanto na leitura de um livro quanto na apreciação de um filme. É possível criar sempre, mesmo que alguns tentem nos impedir. Criemos!

(Este artigo foi publicado pelo Thiago, na quinta edição do "Quixote", Fanzine do Grupo Gauche de Literatura.)

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quarta-feira, abril 15, 2009

Boas vindas aos séculos

por Priscila Yamany

Em pleno século XXI, o homem se gaba de todas as suas conquistas e avanços tecnológicos. A modernidade oferece às pessoas conforto e comodidade. Há liberdade de expressão, na maioria dos lugares terrestres. As pessoas tornaram-se donas de seus próprios narizes, desfrutam do livre arbítrio para sua escolha sexual, religiosa, profissional. Mesmo assim, parecendo até irracional, atitudes seculares passadas ainda prevalecem em nossa sociedade.

O preconceito, como outras atitudes ultrapassadas e superadas,  é cada vez mais evidente. Teima-se em separar os negros dos brancos, os pobres dos ricos e assim por diante. As cotas estão aí para provar... Num vestibular ou concurso, hoje, cada um fica no seu canto, dependendo de sua cor e classe econômica. Se você for negro, sua classificação será determinada separadamente dos brancos. Se você for pobre, a mesma coisa. Os nossos amigos lá de cima do continente são vangloriados por terem eleito um negro, o primeiro  negro eleito na história do país. Mas qual a diferença? Ele vai mudar o mundo pelo simples fato de ter nascido negro? As pessoas são melhores por serem negras ou não? Em pleno século XXI, as pessoas ainda insistem em discriminarem umas às outras por causa da cor ou pela classe social a qual cada um pertence. Se não discriminam, exaltam e valorizam, mas levando em consideração a pele e o status, deixando de lado os valores e o que cada um realmente é, o que realmente importa.

Do que adiantaram todas as revoluções, manifestações e panfletagem dos que acreditavam em alguma mudança, se nada mudou? Se o preconceito e a discriminação continuam camuflados em cotas e piadas por aí afora? De que adianta encher a boca para dizer 'em pleno século XXI' se na verdade as coisas não mudaram tanto assim? O século, esse século era a esperança para muitos, mas antes mesmo de ele chegar já havia um poeta profetizando: “Se você correu, correu, correu tanto e não chegou a lugar nenhum, baby oh baby bem vinda ao século XXI”. Enquanto depositarmos nossa fé e esperança nos anos e nos séculos que estão por vir e deixarmos de lado o que cada um pode fazer, o que cada um deve mudar, continuaremos cantando esse refrão para os séculos e milênios futuros. Continuaremos caminhando lentamente para lugar nenhum...

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domingo, março 29, 2009

Rabisgauche

Em nosso fanzine, o Quixote, abrimos espaço para as tirinhas de alguns de nossos amigos.
Um deles é o Yuri Amaral, da fanzine JUMP e os outros dois são o Cassiano Galli e Ricardo Schwaab, colegas nossos, acadêmicos de Letras. Eles tem um blog com mais tirinhas, chamado Insetos Online. Apresentaremos aqui algumas das tirinhas deles.














Visitaram o Blog do Gauche...